sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

INDICO PARA LEITURA


(FLORES, Juan Javier.Introdução à teologia litúrgica. Paulinas)

Indico a leitura desta obra de teologia litúrgica a todos os estudantes e amantes da ciência litúrgica. Visto que, rasamente temos boas traduções brasileiras, esta é uma excelente tradução.
Sobre o autor: Juan Javier Flores nasceu em 1951, é monge da abadia beneditina de Silos, Espanha, licenciado em Filosofia e doutor em Teologia. Atualmente preside o Pontifício Instituto Litúrgico "Santo Anselmo", de Roma. Autor de livros científicos (como sua tese de doutorado sobre As horas diurnas do Liber Horarum de Silos), publicou também outras obras de orientação mais pastoral, como Uma liturgia para o terceiro milênio. Colabora habitualmente em diversas revistas litúrgicas (Ecclesia Orans, Pastoral Litúrgica etc.). É membro do conselho da revista Phase.
A obra é qualificada de "introdução"é um curso de liturgia que segue o itinerário feito ao longo do século XX na compreensão teológica da liturgia, desde o papa Pio X até nossos dias. Estuda-se a liturgia como lugar em que se vive e pratica a teologia, expressão da fé, na plena participação do mistério de Jesus, cuja manifestação histórica central é a fé pascal dos que, triunfando da morte, são chamados à vida eterna.
Em lugar de encarar a liturgia na problemática específica das celebrações litúrgicas e dos sacramentos, ou como fonte de dados para a elaboração teológica, procura-se seguir a tradição mais antiga da Igreja, em que a liturgia era a expressão da vida do Espírito, comunicada pela participação na ressurreição de Jesus, manifestação de sua vida além da morte, que nos é a todos comunicada no Espírito.Tal mudança de perspectiva foi resultado do movimento litúrgico.
Dom Odo Casel foi o primeiro que sentiu necessidade de reformular o discurso teológico em continuidade com a liturgia, dando origem ao que denominamos teologia litúrgica, formulada pela primeira vez por Salvatore Marsili.A obra, depois de lançar um olhar sintético sobre a história, desde as origens cristãs, estuda minuciosamente os desenvolvimentos recentes, aponta para as conseqüências tanto acadêmicas como pastorais dessas novas abordagens e termina enunciando o que chama de sete leis fundamentais da teologia litúrgica.

Breve síntese de Hans urs von Balthasar



Hans Urs von Balthasar (Lucerna, Suíça; 12 de Agosto de 1905 - Basiléia, Suíça; 26 de Junho de 1988) foi um teólogo. Nas recentes comemorações do centenário do nascimento, o seu amigo Joseph Ratzinger (Bento XVI) afirmou que "a sua vida foi uma genuína busca da verdade", entendida como "busca da verdadeira vida". Von Balthasar procurou "quebrar aqueles circuitos que tantas vezes mantêm a razão prisioneira de si mesma, abrindo-a aos espaços do infinito", disse Bento XVI. E fê-lo estudando filosofia, literatura e as grandes religiões. Hans Urs von Balthasar não era doutorado em Teologia, mas sim em Literatura (tese defendida em 1928: "A questão escatológica na actual literatura alemã"). A busca do divino manifesta-se em todo o lado.
Há três gandes pontos de ligação entre este teólogo e o actual Papa, para além da amizade que os unia. Escreveram obras a meias (o Correio do Vouga referiu uma na edição de 8 de Junho deste ano, "Maria, Primeira Igreja", Ed. Gráfica de Coimbra), fundaram, com Henri de Lubac, a "Communio, Revista Internacional de Teologia", e une-os uma paixão comum por Mozart (as notícias das mudanças dos bens de Bento XVI, de um apartamento em Roma para o Vaticano, referiam um piano em que o então cardeal gostava de interpretar Mozart).
O teólogo que defendia uma "teologia ajoelhada", isto é, o pensamento teológico tem de estar ligado à oração e à adoração, em vez de ser mera análise sistemática, foi o grande ausente do Segundo Concílio do Vaticano, embora ideias como a da Igreja santa mas "sempre necessitada de purificação e de penitência" lhe sejam caras.
Ordenado padre em 1936, von Balthasar foi jesuíta até 1950. Nesse ano deixou a Sociedade de Jesus, como consequência de, no desempenho da sua missão, se ter tornado amigo e confessor de Adrienne von Speyr, uma viúva convertida ao catolicismo. As suas visões e escritos místicos, bem como a "Comunidade de São João" (para leigos, fundada pelos dois), não eram reconhecidos pela Igreja, pelo que o teólogo se desvinculou dos jesuítas, como "aplicação da obediência cristã a Deus".
Entre os mais de mil livros e artigos deste teólogo, destacam-se os sete volumes de "A Glória do Senhor" (teologia estética, baseada na contemplação do bem, do belo e da verdade), os cinco de "Teo-Drama" (sobre a acção divina e a resposta humana, especialmente nos acontecimentos pascais) e os três volumes de "Teo-Lógica" (cristologia e ontologia).
Diz-se que Hans Urs von Balthasar era o teólogo preferido de João Paulo II. E, de facto, não pelas suas preferências, mas pelo contributo dado à Teologia e à Igreja, o Papa Wojtyla nomeou-o cardeal. A recepção do título, apenas honorífico, visto não poder participar em um conclave, estava marcada para 28 de Junho de 1988. Hans Urs von Balthasar entra para a glória do Senhor dois dias antes, quando se preparava para celebrar Missa.