sábado, 11 de junho de 2011

Traços de uma Espiritualidade Litúrgica

Traços de uma Espiritualidade Litúrgica

Por: Vanderson de Sousa Silva, Mestrando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, formado em Pedagogia, Teologia, Filosofia e graduando-se em Ciências Sociais - contato: semvanderson@hotmail.com)




Após a apresentação de um breve história da Espiritualidade, poder-se-ia neste ítem, trabalhar os traços de uma espiritualidade que brota da liturgia mesma.
Não se olvide que a espiritualidade pode sem entendida como o conjunto de experiência que grupos ou indivíduos fizeram e criaram escolas, dentre as escolas de espiritualidade destacam-se: a beneditina, a cisterciense, a cartuxa, a inaciana, a carmelita, a franciscana, mariana entra outras. A Igreja assumui todas estas experiência corroborando-as como caminhos de experiência de Deus, ainda mais, a Igreja invita seus filhos no seguimento de Cristo via uma destas escolas de espiritualidade. Contudo, a Igreja apesar de assumir em seu bojo estas escolas de espiritualidade, não faz de nenhuma delas a experiência eclesial. A Espiritualidade da Igreja é Espiritualidade Litúrgica, como assevera Iraburu .

Augé apresentando os traços da espiritualidade litúrgica assevera que ao falar-se de liturgia, esta referindo-se ao momento celebrativo e mistagógico, portanto, do mistério. Segundo o autor, a celebração litúrgica é “[...] um ambiente concreto de experiência espiritual cristã, uma espiritualidade concreta [...]” . Assim, é no ambiente concreto e na forma ordinária da celebração litúrgica que o cristão aure a espiritualidade, a resignifica e alimenta.
Por fim assevera, Augé que:


[...] a experiência espiritual cristã não pode considerar a celebração nem como estrutura facultativa, nem como estrutura intermediária, mas sim como um momento que alicerça, gerador da própria experiência.


A experiência espiritual cristã encontra ordinariamente na Liturgia a referência, as balizas, a fonte e o cume de sua realização, esta contudo, não é uma experiência ritualista, mas uma celebração prenhe do mistério – o próprio Deus. Esta experiência espiritual litúrgica nõa prende-se na celebração mas transborna na vida, cabe muito bem, a compreensão antiga da lex orandi, lex credendi, e da lex vivendi.
Outro traço da Espiritualidade Litúrgica é a sequela Christi, centro de toda ação litúrgica, que conduz o orante a uma atitude e um estilo de vida que se baseia na assimilação ou identificação com a pessoa de Cristo. Este seguimento de Cristo, segundo Augé é produzida:


[...] pelo batismo e pela confirmação e a seguir nutridos pela plena participação à Eucaristia, aos sacramentos em geral e à oração da Igreja; tudo isso no âmbito fundamental do Ano Litúrgico [...]


No quadro da Liturgia que o fiel pela Iniciação Cristã é inserido no mistério Trinitário pela mistagogia das celebrações dos sacramentos e sacramentais no contexto do Ano Litúrgico. Na Liturgia o mistério de Cristo é sacramentalmente celebrado e vivido de forma integral, em todo opus Dei celebra-se fundamentalmente o Mistério Pascal-Pentecostal de Cristo.
Pádua recolhe de vários teólogos as características da experiência mística e as sintetisa, segunda a mesma, é experiência de Algo ou Alguém que sobrepassa a pessoa e que se revela mais real do que o que se considera a realidade; é totalizante da presença do Todo; ultrapassa a vida ordinária; provoca uma profunda alteração na vida da pessoa com apelo ético e existencial; é uma experiência gratuita, onde não contam os mérios do místico; outro elemento é a passividade, é “Deus o mistério que invade a existência humana”; é uma experiência inefável o que decorre a dificuldade do místico expressar com palavras o inefável e indizível da experiência mística; surge no místico uma nova consciência, a intuitiva e unitiva; por fim, o místico não absolutiza sua esperiência e não a desvincula do amor.

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